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Responsabilidade Social: por que sua empresa precisa fazer? 

Autor(a): Simone Nunes (Especialista em Gestão de ISP e Leis de Incentivo Fiscal)

Ter um bom posicionamento de marca é obrigatório em um mercado cada vez mais competitivo. Além disso, a forma como uma organização é conduzida, seus valores e ética também são medidas essenciais nas relações com seus públicos de interesse.  

O termo responsabilidade social descreve como sua empresa interage com seus parceiros, clientes, colaboradores e a comunidade nos aspectos social, econômico e ambiental. Temas e práticas recorrentes, tornam-se cada vez mais decisivos no comportamento do consumidor, na gestão do capital humano e na interação com diversos atores estratégicos envolvidos nos negócios, ou seja, são aspectos primordiais na construção da marca e na consolidação no mercado. Uma vantagem estratégica e competitiva

Responsabilidade social pode ser entendida também como a preocupação que a empresa tem com o seu lugar na sociedade, na economia e no meio ambiente. Com a revolução digital, essas ações e comportamentos estão ainda mais evidentes. O papel das empresas transcende a função de apenas entregar produtos e serviços:  elas passaram a ser demandadas por seus consumidores e parceiros, sendo o reflexo de seus valores na transformação social

Responsabilidade social nas empresas 

Mais do que falar sobre responsabilidade social, é preciso agir, planejar e executar políticas de transformação social de impacto que sejam refletidas na prática empresarial. Doutor em Administração, Augusto Cesar Marins Machado, que atua na Bússola de Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Paraná – FIEP, fala sobre a importância de ter e agir com responsabilidade social. “Pode-se notar, por exemplo, uma preocupação por parte dos públicos de interesse para ver resultados no dia a dia”, comenta Machado. 

O especialista lembra que questões de equidade de gênero e diversidade também passaram a ter maior relevância. “A representatividade não pode ser somente no discurso, na comunicação e em ações de marketing, mas sobretudo na estrutura empresarial, nas políticas de inclusão e representatividade”, completa. 

Augusto Cesar Marins Machado lembra que a responsabilidade social deve ser uma diretriz organizacional. “As decisões e planejamento estratégico são alinhados com temas relevantes da atualidade, que se refletem na comunicação, nas ações estratégicas e na capacitação contínua de seus funcionários”, comenta.  

O profissional ressalta ainda que a sustentabilidade, apesar de algumas separações teóricas/acadêmicas, precisa ser trabalhada conjuntamente na perspectiva empresarial e baseada em três pilares básicos: como ser economicamente viável, socialmente responsável e ambientalmente harmônica. “Esse conceito é que transforma a empresa em um agente transformador”, reitera. 

Responsabilidade social e filantropia 

  Seguindo a lógica da transformação social, diferentemente da responsabilidade social, a filantropia atua com ações mais iniciais ou pontuais que podem começar ou complementar um processo de responsabilidade social. Para o doutor em Administração, filantropia e responsabilidade social não são a mesma coisa. Filantropia é o primeiro passo rumo à responsabilidade social, ligada ao assistencialismo e medidas eventuais. Na máxima, ‘dar o peixe, mas não ensinar a pescar”, observa. 

Augusto cita ainda as ações de voluntariado ou o auxílio para comunidades em vulnerabilidade socioeconômica como bons exemplos de filantropia. Enquanto, a responsabilidade social exige um projeto bem definido com objetivos, prazos, frequência, gerando mudanças profundas, constantes e duráveis na sociedade.  

  Uma vez que há esse alinhamento com metas globais ou a participação em instituições representativas, os resultados extrapolam o setor, alcançando, de fato,  a sociedade em geral. Associações, sindicatos patronais, campanhas de organizações que de forma cooperada e coordenada realizam ganhos positivos para toda a classe e benefícios para o restante da população. Augusto, apresenta como exemplo, a iniciativa de logística reversa, com alta demanda no mercado e responsável por reduções financeiras e avanços no desempenho sustentável. Nesse panorama, o foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo visa o reaproveitamento ou descarte apropriado de materiais e a preservação ambiental. Instituições ligadas à sindicatos e empresas referências são disseminadoras essenciais de tais projetos, com resultados sólidos e replicáveis

Como os problemas e ações da empresa podem repercutir na sociedade 

  No decorrer desta fase de pandemia, um processo já existente de revolução digital foi acelerado. Augusto Cesar Marins Machado explica que houve uma antecipação nessa transformação digital. Na chamada revolução 4.0, o cliente, cada vez mais próximo das marcas, torna-se o centro da pauta das decisões estratégicas organizacionais. Como passa mais tempo nas redes sociais, está exposto a mais informações e ações de comunicação em diferentes canais. Dessa forma, faz-se necessária uma comunicação mais próxima a um consumidor mais conectado. Por isso, é fundamental um processo de comunicação ainda mais cuidadoso para conversar com esse cliente já interessado em uma aproximação com as marcas responsáveis socialmente

Além disso, há uma tendência na mudança de modelo de negócios, em que as empresas assumem um papel de relevância no processo de revolução digital.  Na medida que, a forma de comunicar-se com esse cliente é tão importante quanto o que comunicar. Por isso, responsabilidade social é uma pauta indispensável que supera os aspectos comerciais. O fato de sua empresa não se posicionar em temas relevantes e frequentes na sociedade trazem desvantagens competitivas. Uma vez que as empresas reconhecidas no mercado, já entenderam essa importância e praticam ações consolidadas

Por que ser socialmente responsável? 

      Fazer parte desse processo de transformação com a oportunidade e capacidade de potencializar a evolução e mobilização social. Trabalhar em assuntos urgentes e necessários que agregam à imagem institucional. São grandes diferenciais de identidade, imagem e marca, na prospecção e fidelização de clientes em um cenário de alta competitividade. Além de poder trazer redução de custos na operação de grandes empresas

Para um consumidor cada vez mais preocupado e conectado com assuntos imprescindíveis e inevitáveis, o não alinhamento com esses valores é perder a oportunidade de alcançá-los efetivamente. O consumidor está se posicionando e as empresas que entenderam isso estão na frente, pois conseguem estar mais próximas, conversar diretamente com eles e representá-los. 

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