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Governança Corporativa

Sobre o autor:

Alexandre Loureiro.

Koch, Müller, Figueiredo, Azevedo & Loureiro Sociedade de Advogados
Advogado: Dr. Alexandre de Albuquerque Loureiro
OAB/RJ nº. 200.442 e OAB/SC nº. 56.105


Todas as organizações possuem em sua estrutura corporativa a sua política, explícita ou tácita, para o seu funcionamento. A combinação específica de características de governança resulta um processo de reflexão estruturada de seus líderes. Logo, diferentemente das lideranças optarem ou não por implementar, todas as empresas necessariamente possuem algum sistema de governança.

O termo “governança corporativa” diz respeito a um conjunto de mecanismos, práticas, processos, normas e relacionamentos alicerçados sobre os princípios comuns desenvolvidos em todo o mundo a partir da década de 1990. Os preceitos basilares da Governança Corporativa são aplicáveis a qualquer organização, vejamos:

•Atitude e comportamento ético das lideranças;
•Transparência e Integridade das Informações;
•Sustentabilidade e perspectiva de longo prazo na condução da organização;
•Prestação de contas voluntária e responsabilização pelas decisões tomadas;
•Avaliação de desempenho, remuneração justa e meritocracia;
•Contrapesos independentes no processo decisório;
•Respeito às regras, controles e supervisão independentes;
•Cooperação entre os colaboradores e promoção do interesse coletivo da organização;
•Equidade e facilitação da participação efetiva de todos os sócios;
•Diversidade, inclusão e direitos humanos.

É importante destacar que não há, contudo, uma única fórmula de práticas a serem adotadas igualmente por todas as organizações. Afinal de contas, cada empresa possui a sua cultura organizacional, com a sua particularidade e peculiaridade em termos de porte, estágio, estratégia acionária etc.

Sendo assim, a efetiva adesão aos princípios elencados são aplicáveis a qualquer tipo de organização, incluindo empresas de capital fechado e cooperativas. Na realidade, o que importa é agregar valor às organizações constituindo o cerne da boa governança, não a adoção irrefletida de práticas recomendadas apenas com o objetivo de atender aos documentos de referência sobre o tema.

Nesse sentido é importante que as organizações internalizem as práticas e que os líderes corporativos respondam os seguintes questionamentos:
1) Estamos abordando as questões da empresa com base nos princípios da governança
corporativa?
2) Quais são os nossos valores e convicções da organização que não abrimos mão?
3) Qual a prática devemos adotar para que os princípios sejam seguido por todos?

A resposta aos questionamentos servirão para conhecimento e planejamento para adotar práticas a longo prazo, seguindo as diretrizes das práticas de governança. Como consequência, a adoção das práticas agregará o valor ao negócio, bem como irá gerar um ambiente empresarial mais sadio, com efeitos positivos para a atração de investimentos e prosperidade para a organização.

Cumpre ressaltar que o foco na governança corporativa é internamente e externamente. Internamente com os executivos e colaboradores que tomam decisões no melhor interesse comum a longo prazo. Já externamente, com os seus stakeholders que geram engajamento a sua organização, sejam eles fornecedores e/ou clientes.

Ilustrativamente, destaco para melhor compreensão do tema o pensamento de Mark Goyder, in verbis:

“Governança e liderança são como yin e yang das organizações de sucesso. Liderança sem governança pode levar a uma situação de tirania, fraude e feudos pessoais. Governança sem liderança pode levar a atrofia, burocracia e indiferença.”1

Desta forma, a principal responsabilidade para as lideranças é criar valor de maneira sistemática, sustentável e compartilhada para todos os seus stakeholders da organização. Isto significa que as perspectivas a longo prazo de sua organização se tornem cada vez melhores, atraindo assim investimentos e valor reputacional a organização.


1- Tradução livre do original: Governance and leadership are the yin and the yang of sucessuful organizations. If you have leadership without governance your risk tyranny, fraud and personal fiefdoms. If you have governance without leadership you risk atrophy, bureaucracy and indifference. Fonte: Mark Goyder. Director of Tomorrow’s Company: http://tomorrowscompany.com/mark-goyder.

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